segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

em defesa do sabático

O tempo cronológico não tem nenhum poder sobre o que vai dentro da gente. As nossas "questões" são tecidas em outros ritmos; outras psicologias. Logo, estipular um tempo para o descanso é uma formalidade de calendário e uma disciplina autoimposta sobre as tão preciosas agendas de nossas vidas. Tem a sua utilidade, mas não define o resultado.
O timing do meu "ano sabático" terminou no dia 31 de dezembro de 2013, mas não as ruminações que me levaram até ele. Como foi importante ter desfrutado desse tempo sozinha, sem as múltiplas solicitações da vivência pastoral e religiosa. É uma sandice que recomendo para todos nós que lutamos pelas causas da justiça e da liberdade, mas principalmente para os que servem aos outros como líderes.
Creio que foi a maturidade que me fez perceber objetivamente como é fácil se perder do caminho que trilhamos e de como é fácil mascarar a perda de nossa potência de misericórdia e serviço aos outros com a dissimulação do nosso discurso.
Sim, é muito fácil nos perdermos de nós mesmos e produzir desculpas por ignorar aquilo que realmente é importante!
Essa obviedade promoveu o meu desejo para o sabático. Outras questões, menos óbvias, foram se delineando sobre a terra como tesouros arqueológicos. Camadas de tempo e esquecimento sobre eles :
1. quem luta, cansa. pergunta-se em algum momento pelo sentido da luta, deseja reconhecimento e avanço.
2. sucesso e fracasso são duas dimensões relativíssimas e subjetivas de um ser humano consciente.
3. é preciso perseguir o que nos inquieta, mesmo com medo.
4. nenhuma resposta será percebida com clareza se não soubermos o que perguntar.
5. fazer as pazes com o passado é um imperativo! sem isso, o presente é um fardo.
Os rumos deste novo ano estão rascunhados. Resolvi viver à lápis!

Um bom e bento 2014!
Pra. Silvia Nogueira
 

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