terça-feira, 20 de maio de 2014

filiações de pastoras nos estados de MT, MS, RS, PB



Parafraseando Jesus em Mateus 5,20: "se os religiosos seguidores do cristianismo neste tempo não superarem a mentalidade legalista dos religiosos de todo o tempo, não faremos parte do Reino e o Reino não fará parte de nós." A lei sempre terá uma função importante, assim como os ritos, de regularizar a vida em grupo. Mas Jesus colocou em seu discurso um "eu, porém, vos digo", com ênfase na conjunção adversativa, impossível de ser negligenciada. A lei é boa, mas produz cegueira sobre o que é mais importante. Para Jesus, a vida e as boas relações eram sinal da presença de Deus e a "tangebilidade" de sua vontade. 
Saibam que aqueles que se sentem oprimidos sempre recorrerão às conjunções adversativas do Mestre. Isso porque elas não são apenas discurso bonito, mas potência operativa. Pra usar um termo contemporâneo: Jesus "empodera" discursivamente e operativamente o indivíduo que se sente oprimido pelas forças religiosas e seculares do seu tempo. Aqueles homens e mulheres que conhecem esse Mestre do "porém", lutam pela libertação.
Volto a afirmar que a decisão da ordem dos pastores batistas do  Brasil e ,agora, as decisões estaduais, não modificam a legitimidade de todos os concílios e ordenações pastorais de mulheres até então. Nós e nossas comunidades de fé, nos apropriamos do "porém" cristológico há muito tempo. O resultado da assembleia de janeiro é positivo porque retira a tensão das comunidades e vocacionados, favorece a visibilidade das ordenações. 
Já as decisões estaduais majoritárias (84%, 58%, etc) indicam um desejo destes nossos irmãos pastores de exceder/superar/ a justiça sem misericórdia dos escribas e fariseus denunciada por Jesus no sermão do monte. Fico tremendamente feliz por testemunhar este momento de revisão da ordem. Ainda mais com a possibilidade de renovo no espírito de solidariedade entre os colegas que a presença das pastoras pode vir a possibilitar. Logo, é uma conquista deste nosso tempo e deve ser celebrada.
Aliás, os pastores fluminenses e cariocas precisam decidir sobre as filiações urgentemente. No quadro geral das ordenações no Brasil, o estado do Rio de Janeiro é o de maior percentual. A justiça também precisa exceder por aqui.
Quanto a mim, sigo na decisão de não-filiação. E é imperativo afirmar o porquê, pois esta é a missão que recebi: Todo o poder vem de Deus. Se ele me "empoderou" com a vocação, eu disse "sim". O poder de confirmação, ordenamento e deslocamento pastoral é, entre os Batistas, da comunidade de fé. Qualquer pensamento diferente disso, entre nós, com nossa forma de governo, com nossos princípios, é de procedência humana/maligna. Não consigo esquecer essa verdade e sempre que possível, irei lembrá-los também.
A Ele seja glória e honra, assim como ação de graças pela existência da Igreja.

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