Certa vez, no dia do pastor(a), os irmãos de minha igreja lembraram-se que pastor também é ovelha. Na simplicidade dessa metáfora reside uma verdade às vezes cuidadosamente negligenciada por nós ministros. Nossa função não tem a centralidade que pensamos, pois estamos todos na mesma condição diante de Deus.
A discussão em 1Sm sobre a necessidade ou não da monarquia em Israel é suplantada pela afirmação de como deverá ser esse rei, qual seu compromisso vital. Para Samuel, o rei é Javé, os monarcas humanos devem representá-lo, ou seja, torna-lO presente. Nós pastores (as) não somos Reis, muito menos tiranos , espero, mas somos líderes do povo com o compromisso vital de tornar Deus presente em nossas vidas e comunidades de fé.
No maravilhoso e engajado cântico de Ana (1Sm2,1-10), os atributos de Deus são impressionantes. Nossa pequenez de ovelha desconhece a complexidade da existência e os caminhos da história, mas cremos, como Ana, que Javé é Deus que sabe. O que Ele sabe, vamos compreendendo aos poucos. Por isso, o esperado é ficarmos mais sábios. Como disse a um colega no dia de sua ordenação: tudo muda, nada muda. Nós continuamos com nossas limitações pelo pouco que sabemos, mas Deus trabalha conosco, e em nós, para sairmos da ignorância em direção ao que Ele sabe.
Este blog se interessa pela ordenação feminina, ministério pastoral feminino entre os Batistas, discussões de gênero e religião
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