sábado, 7 de abril de 2018

Um falso Reino, em preparação para a 98ª Assembleia da CBB, parte 1


Mateus 13:45-46
Não é fácil compreender a Transcendência, para quem acredita nela. Temos a limitação da alteridade com um Outro que não se parece conosco, em essência; a limitação da linguagem para expressá-lo e, ainda, da capacidade de compreensão da integralidade do Mistério. Jesus de Nazaré tem sido nosso mediador também e, sobretudo, nesse processo de capturar algo da Transcendência, fazendo-nos compreender ainda que seja como por um espelho, como diz Paulo, um reflexo parcial do que nos será revelado completamente no tempo determinado. 
O problema se instala quando também não conseguimos acessar o que Jesus nos revela. Quando por algum motivo pessoal, formativo ou teológico-religioso nos tornamos ignorantes na compreensão daquilo que Jesus revelou e está registrado nos Evangelhos. Às vezes parece que os discípulos e discípulas de Jesus são como a multidão que o seguia pela Galileia até Jerusalém, incapazes, segundo o evangelista Mateus, de enxergar e entender o que estava diante dos seus olhos e aberto à experiência.
Parece que uma das questões que visibiliza essa incompreensão é justamente como os discípulos e discípulas de Jesus entendem o Reino de Deus. No seu tempo, essa incompreensão já tinha se instalado por aqueles que sonhavam com uma revolução armada para depor os conquistadores romanos. Ou ainda aqueles que só enxergavam ciscos e se faziam de cegos aos camelos. O que esses dois grupos projetavam quando ouviam sobre o Reino eram produto de suas ilusões, seus desejos de poder e controle, seus zelos pelos seus lugares institucionais dentro da religião judaica, enfim, de corações endurecidos ao que Jesus realmente dizia. Um falso Reino, portanto. Porque se o que entendemos por Reino de Deus não tiver a presença do discurso de Jesus, é um Reino ilusório, falso, cujo dono não governa, está ausente.
O Reino de Deus não é sinônimo de igreja, instituição religiosa ou qualquer outro tipo de associação que pleiteia controle. O Reino é de Deus e, se é assim, nenhum de nós deve governá-lo ou desejar controlar quem o integra, seus ideais, seu poder e seu alcance. O Reino de Deus é um fermento, um tesouro escondido, uma pérola de grande valor. O Reino de Deus, segundo Jesus, é para quem se faz criança, para os pobres desse mundo, para os doentes e pecadores, para a humanidade de homens e mulheres que se rendem ao seu poder. Um Reino dos que não podem, dos simples, dos últimos desse mundo.   
Se o Senhor do Reino pensa dessa forma, como seus súditos insistem em serem maiores do que o seu Senhor? 

   continua

Um comentário:

  1. Concordo com você querida “O problema se instala quando também não conseguimos acessar o que Jesus nos revela. Quando por algum motivo pessoal, formativo ou teológico-religioso nos tornamos ignorantes na compreensão daquilo que Jesus revelou e está registrado nos Evangelhos.”










    Aos domingos bato o osso no prato pra chamar o cachorro
    e atiro os restos.
    Quando dói, grito ai,
    quando é bom, fico bruta,
    as sensibilidades sem governo.
    Mas tenho meus prantos,
    claridades atrás do meu estômago humilde
    e fortíssima voz para cânticos de festa.
    Quando escrever o livro com o meu nome
    e o nome que eu vou pôr nele, vou com ele a uma igreja,
    a uma lápide, a um descampado,
    para chorar, chorar, e chorar,
    requintada e esquisita como uma dama.

    Adélia Prado

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